Como mudei minha relação com o dinheiro após uma dívida

Se você já se sentiu afogado em dívidas e sem saber por onde começar a sair delas, saiba que eu também estive nesse lugar. E não foi fácil. Mas foi justamente esse momento difícil que provocou a maior mudança de mentalidade que já tive na vida. Essa virada de chave — esse mindset novo — me fez encarar o dinheiro com outros olhos. E hoje eu quero compartilhar essa história, com todos os altos e baixos, pra te ajudar a fazer o mesmo. Porque se eu consegui, você também consegue.

O fundo do poço: como comecei a me endividar

Tudo começou de forma inocente. Um cartão de crédito aqui, um parcelamento sem juros ali, um boleto que eu pensei “mês que vem eu pago”. Quando vi, eu estava com o nome sujo, devendo em quatro lugares diferentes e sem nenhum controle do que entrava ou saía da minha conta. A cada ligação de cobrança, eu sentia vergonha e medo. Evitava falar sobre o assunto e achava que estava sozinho nessa.

O problema é que a gente cresce sem educação financeira. Ninguém nos ensina a lidar com salário, cartão, juros ou imprevistos. E foi nesse cenário que minha mudança de mentalidade começou: entendendo que eu precisava aprender, e rápido. E não era sobre ficar rico, mas sobre ter paz.

 

O primeiro passo: assumir a responsabilidade

Não foi fácil, mas eu precisei encarar: a dívida era minha, e só eu poderia resolver. Assumir a responsabilidade foi doloroso, mas libertador. Quando parei de culpar o banco, a fatura, o mercado e comecei a olhar pra mim, percebi que precisava fazer diferente.

Nesse momento, uma frase mudou tudo pra mim: “Dinheiro não é problema, é sintoma”. O meu descontrole financeiro era reflexo de outras áreas da minha vida que também estavam sem direção. E assim nasceu a primeira prática que quero compartilhar:

  • Liste tudo o que você deve: sem medo, sem esconder. Seja honesto consigo mesmo.
  • Classifique por valor e urgência: entenda o que pode esperar e o que precisa de atenção imediata.
  • Crie uma planilha simples: pode ser no papel ou no celular, mas registre tudo.

Essa organização inicial já ajuda a tirar a sensação de caos. Você começa a ver caminhos possíveis.

Reeducação financeira: aprendendo a lidar com o dinheiro

Foi aí que começou meu mergulho na educação financeira. E não estou falando de economês ou de vídeos prometendo milagres. Eu fui atrás de conteúdo real, de gente que fala a nossa língua. Livros como “Me Poupe!” da Nath Finanças e vídeos da Nathalia Arcuri me ajudaram demais.

Mas o mais importante foi começar a aplicar na prática. Algumas mudanças simples que fizeram toda a diferença:

  • Cortei o supérfluo: parei de pedir delivery todo fim de semana. Pode parecer pouco, mas no fim do mês fez muita diferença.
  • Negociei minhas dívidas: entrei em contato com os credores e busquei acordos realistas. Muitos oferecem bons descontos à vista.
  • Comecei a anotar meus gastos: todo real que saía, eu registrava. Isso me deu clareza e controle.

Essa foi uma das fases mais transformadoras da minha mudança de mentalidade. Eu parei de ter medo do extrato bancário e comecei a usar o dinheiro como ferramenta, não como vilão.

Renda extra: criando novas possibilidades

Com o orçamento apertado, só cortar não era suficiente. Eu precisava ganhar mais dinheiro. E foi aí que descobri o poder das rendas extras. Testei de tudo: vendi coisas que não usava mais, fiz freelancer online, entreguei marmitas por encomenda. Pode parecer exagero, mas essas atividades foram meu respiro.

Se você está passando por algo parecido, aqui vão algumas ideias que funcionaram comigo:

  • Venda online: use o OLX, o Enjoei, o Instagram. Tem sempre algo parado que pode virar dinheiro.
  • Freelancer digital: se você escreve, edita vídeos ou faz design, sites como Workana e Freelancer são ótimos.
  • Serviços locais: cuidar de pets, dar aulas de reforço, consertar coisas. O que você sabe fazer pode virar renda.

A chave aqui foi manter o foco: esse dinheiro não era pra gastar, era pra pagar dívidas e construir uma reserva.

Mindset e mudança de mentalidade: a virada de chave definitiva

Aos poucos, o que começou como desespero virou disciplina. E mais do que isso: virou um novo jeito de pensar. Ter uma mudança de mentalidade real exige abandonar velhos padrões e crenças limitantes como “dinheiro é sujo”, “nunca vou ter estabilidade” ou “isso não é pra mim”.

Eu entendi que dinheiro é uma ferramenta de liberdade. Que controlar meus gastos não é me privar — é me proteger. E que o verdadeiro luxo é dormir tranquilo, sabendo que as contas estão em dia.

Esse mindset me trouxe mais do que estabilidade financeira. Trouxe autoestima, clareza e até melhores relações pessoais. Afinal, quando a gente tira o peso da dívida das costas, a vida flui melhor.

Construindo novos hábitos financeiros sustentáveis

Hoje, minha vida financeira é outra. Não sou milionário, mas tenho controle. E isso vale ouro. Alguns hábitos que mantive até hoje:

  • Reserva de emergência: meu primeiro objetivo foi guardar R$500. Depois, R$1.000. Hoje tenho seis meses de despesas guardados.
  • Gasto consciente: cada compra passa por uma pergunta: eu preciso disso? Isso cabe no meu orçamento?
  • Investimentos simples: comecei pelo Tesouro Direto e depois CDBs. Sempre com foco em segurança e liquidez.

Esses novos hábitos são fruto direto da minha mudança de mentalidade. E te garanto: dá pra começar com pouco. O importante é começar com consciência.

Dicas práticas pra quem quer mudar de vida financeira hoje

Se você está no olho do furacão, respira. Você não está sozinho. E aqui vão algumas ações que você pode tomar agora mesmo:

  • Pare de ignorar seus números: mesmo que assuste, saber quanto você deve é o começo da virada.
  • Use ferramentas simples: aplicativos como Mobills, Organizze e até o bom e velho caderno ajudam demais.
  • Converse sobre dinheiro: com amigos, com a família. Quebrar o tabu já é uma forma de ganhar poder.
  • Procure renegociação: campanhas como o Desenrola Brasil ou os feirões do Serasa podem ser ótimas oportunidades.

Não subestime o poder de pequenas mudanças diárias. A sua mudança de mentalidade começa com atitudes simples que, com o tempo, viram novos padrões.

Conclusão: o dinheiro não mudou, quem mudou fui eu

Olhar pra trás hoje é gratificante. Não pelo que eu conquistei financeiramente, mas pela pessoa que me tornei. A mudança de mentalidade que veio com a superação das dívidas me trouxe autonomia, paz e propósito. E eu não troco isso por nada.

Se você está começando essa jornada agora, saiba: não existe fórmula mágica. Existe escolha, atitude e constância. Não se compare com ninguém. Caminhe no seu ritmo, mas caminhe com intenção. O mais difícil é começar — depois, o resultado vem.

E você? Já passou por uma mudança assim? Que práticas te ajudaram a mudar sua relação com o dinheiro? Compartilha aqui nos comentários, vamos crescer juntos!

FAQ

Como saber se estou com mentalidade financeira negativa?
Se você evita olhar sua conta, sente culpa ao gastar ou acredita que nunca vai sair das dívidas, pode ser hora de revisar seu mindset.

É possível mudar o mindset mesmo ganhando pouco?
Sim! A mudança de mentalidade começa com atitudes e organização, não com quanto você ganha. Ganhar mais ajuda, mas saber usar é essencial.

Quanto tempo leva pra reorganizar as finanças?
Depende da sua situação, mas com disciplina e foco, em poucos meses você já vê melhora. O importante é manter o compromisso diário.

Por onde começar a investir com pouco dinheiro?
Plataformas como Tesouro Direto e bancos digitais oferecem boas opções pra quem está começando com R$30, R$50 por mês.

Como manter o controle depois de sair das dívidas?
Continue com os hábitos que te tiraram do buraco: controle de gastos, metas claras e foco no que importa. E lembre-se: dinheiro é meio, não fim.

Lucas Amorim
Lucas Amorim
Artigos: 33

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